Na edição de hoje (10.01.13) da Gazeta de Piracicaba, o advogado que defende Cláudio Cesar Messias, declarou que irá recorrer da decisão e tentará a anulação do processo desde o recebimento da denúncia.
O advogado José Silvestre da Silva acusa, indiretamente, a Ong Vira Lata Vira Vida de ter realizado “queima de arquivo” no “apagar das luzes”, se referindo à cremação do corpo do animal para que pudesse ser enterrado, dentro da lei, no abrigo da instituição. Diante da declaração, a Ong Vira Lata levanta algumas questões:
1. A cremação foi anunciada com antecedência e publicada em toda imprensa nacional.
2. O corpo do cão Lobo ficou à disposição da defesa, do proprietário e da Justiça numa câmara fria por mais de 24h, no CCZ de Piracicaba, fato este também divulgado pela imprensa.
Diante disso, perguntamos:
1. Por que o advogado de defesa não solicitou a posse do corpo para nova necropsia?
2. Por que o advogado de defesa não foi até Campinas onde se realizava a necropsia para acompanhar de perto o trabalho?
3. Por que o proprietário não solicitou à Justiça o corpo para enterrá-lo ou descartá-lo como lixo hospitalar?
4. Por que o advogado de defesa esperou a cremação e pouco tempo antes de serem enterradas as cinzas ele declarou à imprensa ter interesse no corpo?
5. Por que o advogado de defesa aponta má fé em todas nossas ações como se tivéssemos feito um grande mal ao Lobo? Não fizemos a representação no Ministério Público, não divulgamos em primeira mão na imprensa o ocorrido e não realizamos manifestações contra o réu. Cuidamos do Lobo e só após sua morte nos informamos do andamento do processo.
Entendemos que a prática de maus tratos e a guarda irresponsável deve ser combatida por toda a sociedade e a Justiça deve atuar com mais rigor para coibir essas ações. Todo acusado tem o direito de provar sua inocência, mas sem a necessidade de se produzir um culpado que assuma a responsabilidade no lugar do réu.
Fizemos aquilo que o proprietário do animal deveria ter feito: socorrer, buscar um atendimento especializado, não poupar esforços nem dinheiro para salvar a vida de Lobo, e no caso da morte, lhe proporcionar um final digno. Isso é o que se espera de um proprietário que durante 8 anos teve a companhia de seu cão. Por que a defesa do proprietário que o arrastou e omitiu socorro ataca as pessoas que ajudaram e amenizaram a dor de seu cão?
Muitas coisas virão pela frente e o teor da matéria não deixa dúvida que o advogado ainda busca um culpado. Lembramos que cabe recurso no processo e o réu está no direito de provar sua inocência. Mas, a tentativa de anulação de todo processo desconsiderando todas as evidências fará com que o cão Lobo continue a ser arrastado pelas ruas de Piracicaba.