ONG Vira Lata entrevistada pela Revista A – Ana Maria Braga

Escrito por ONG Vira-Lata Vira Vida em . Enviado para Notícias

A VLVV foi entrevistada pela revista A – Ana Maria Braga, em “Ações Sociais”. Confirma aqui a entrevista, extraída do site: http://revistaanamariabraga.uol.com.br/acoes_sociais/vira_lata_vira_vida.html

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A: Quando surgiu e onde fica a ONG?

ONG Vira Lata Vira Vida (VLVV): A Ong VLVV surgiu em 2009 quando veio à tona a notícia de um abrigo particular com mais de 500 animais, que estavam morrendo de subnutrição severaem Piracicaba. A família que recolheu durante anos esses animais enfrentou graves problemas financeiros e não conseguiu mantê-los. A cidade se uniu para recuperá-los e com o apoio da imprensa foi realizada uma campanha em que conseguimos 23 toneladas de ração. Com a ração garantida para um determinado tempo teríamos um fôlego para resolver outros problemas no local. Um grupo de profissionais liberais que se conheceu no abrigo decidiu unir forças para recuperar a estrutura que estava em ruinas e a saúde em geral dos cães. Com esses encontros semanais o grupo se fortaleceu, definiu metas e seis meses depois fundou a ONG Vira Lata Vira Vida.

A: Quem são os fundadores?

VLVV: A ONG foi fundada por profissionais de diversas áreas: advogados, médicos, professores universitários, empresários, comerciantes e outros, que sem experiência na área pet, mas com grande amor pelos animais, contratou veterinários com recursos próprios até criar uma instituição legal. Antes da fundação aceitávamos apenas doações em ração, medicamentos, produtos de limpeza, prestação de serviços, mas recursos financeiros somente depois da legalização.

A: Existe um abrigo? Como os animais chegam aí?

VLVV: Sim, o abrigo funciona numa área particular e foi mantida por abrigar um número muito alto de animais. Hoje estamos com 380 cães, sendo que mais de 200 são idosos, especiais, portadores de patologias graves ou vitimas de maus tratos. Temos um ambulatório no local e um centro cirúrgico com duas veterinárias clínicas contratadas. Além delas, contamos com o apoio de duas veterinárias voluntárias especialistas em acupuntura e fisioterapia, um educador canino, que acompanha as adoções, e um adestrador que prepara os animais para cinoterapia. Recebemos inúmeros pedidos de recolhimento e mantemos o critério de entrada de animais em risco.

A: Qual a maior dificuldade neste trabalho?

VLVV: A maior dificuldade é manter a alimentação. São quase quatro toneladas de ração por mês. Isso consome grande parte das doações. Outra dificuldade é o trabalho de conscientização da população. Muitas pessoas confundem um abrigo com um depósito de animais. Solicitam a retirada imediata do animal abandonado da frente de sua residência sem considerar nossos limites e dificuldades. Temos que manter a qualidade de vida desses animais. Apenas o recolhimento levaria para dentro do abrigo os problemas das ruas. Não trabalhamos com essa filosofia. Queremos dar atenção a cada um deles atendendo suas necessidades. Ao adotar um cão, o interessado recebe uma visita prévia na residência para possíveis adequações do local, assina termos de compromisso que inclui a permissão para visitas pós-adoção. Em contrapartida, a ONG entrega o animal castrado, vacinado, vermifugado, com plaquinha de identificação, laudo veterinário, carteirinha de vacinação, exame de sangue atualizado e se necessário, com limpeza dentária. Todos os cuidados são necessários para garantir a qualidade da adoção.

A: E qual a maior alegria?

VLVV: Nossa maior alegria é vê-los em um novo lar, com um proprietário cuidadoso e uma nova vida pela frente. Quando conseguimos adoção para um cão especial é motivo de alegria entre todos os voluntários. Estamos realizando palestras em escolas, empresas e instituições na cidade sempre levando um animal especial ou idoso para quebrar o preconceito das pessoas. Organizamos um evento chamado “O Dia dos Loucos por Cachorro” em que levamos para uma praça apenas os cães especiais para interação com as pessoas. É muito lindo ver as pessoas passeando, as crianças sentadas no chão brincando com eles. Só assim conseguiremos formar novos cidadãos, conscientes e defensores dos direitos dos animais.

A: Como as pessoas podem ajudar?

VLVV: A ajuda financeira é muito importante porque nossas despesas vão além dos gastos com ração e medicamentos. A manutenção do local e funcionários cria uma demanda financeira considerável. Realizamos também castrações para terceiros a R$ 50,00 e atendimentos para animais de famílias de baixa renda. Temos também um projeto com o Centro de Controle de Zoonose – CCZ local com mutirões de castração pelos bairros periféricos. A ONG entra como parceira e temos gastos que hoje conseguimos agregar às doações. Os voluntários são sempre bem-vindos. Eles são a alma da instituição. Eles podem atuar dentro do abrigo diretamente com os animais ou trabalhar em outras áreas de atuação da ONG como educação, imprensa, eventos, divulgação e outros.

A: Poderia falar sobre a adoção à distância?

VLVV: Temos um projeto de adoção à distância, em que o interessado entra em contato conosco, recebe um book por e-mail com as fotos de nossos cães disponíveis para adoção à distância. Definimos um valor e ela pode visitar seu “afilhado”, levar presentes, ir ao abrigo para dar banho, passear, brincar e ele é mantido no abrigo. Dessa forma conseguimos custear tratamentos e exames, principalmente dos cães idosos.

A: Fique à vontade para acrescentar o que achar mais importante.

VLVV: Gostaria de enfatizar a importância de atuar na comunidade. O problema do abandono é de toda sociedade, assim como a crueldade contra os animais. Se não trabalharmos para formar cidadãos conscientes, não conseguiremos ter resultados. A ONG cuida diretamente desses 380 cães, mas trabalha para que outros, que talvez nunca venhamos a conhecer, sejam também favorecidos pelas nossas ações.

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